Por Edmar Lyra
Durante a campanha eleitoral, Marília Arraes utilizou à exaustão uma ligação com Lula para se cacifar junto ao eleitorado pernambucano. Como Lula tem a gratidão dos pernambucanos, havia uma expectativa de que os dois eleitos pudessem caminhar juntos. Mas isso se deu apenas na teoria, com a vitória de Raquel Lyra para governadora e de Lula para presidente, a prática mostrou que não há essa consideração do presidente pela neta de Arraes.
Já se passaram quase sete meses do início do governo Lula, e Marília Arraes até o presente momento não foi alçada a nenhum cargo no governo federal. Danilo Cabral assumiu a Sudene, Paulo Câmara foi para o Banco do Nordeste, Gustavo Melo assumiu a Codevasf, Milton Coelho entrou na equipe do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Tadeu Alencar passou a integrar o ministério da Justiça e Marília, que foi ao segundo turno, não foi sequer lembrada para um cargo de pouca relevância no governo federal.
Com duas derrotas majoritárias seguidas, primeiro perdeu a prefeitura do Recife, depois acabou derrotada pelo governo de Pernambuco, Marília vive o maior ostracismo dentre os quatro candidatos a governador que foram derrotados, uma vez que Danilo foi contemplado por Lula, e Anderson Ferreira e Miguel Coelho mantêm algum grau de influência em seus respectivos sucessores em Jaboatão e Petrolina.
Marília, por sua vez, dizia que a sua única chance de ser governadora era em 2022 pois se não conseguisse João Campos acabaria eleito em 2026 e por isso abriu mão de uma candidatura extremamente competitiva ao Senado pelo PT, que poderia ter lhe dado um desfecho diferente. Marília quis muito e acabou sem nada. Hoje vive um cenário de fragilidade política, cuja perspectiva no médio prazo será voltar para a Câmara dos Deputados no lugar da irmã, Maria, que está gostando muito da função e ao que tudo indica pretende continuar na vida pública.
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