Milhares de foliões seguiram o Boi ao som de frevos e forrós tocados pela Orquestra do Maestro Oséas.
O 31º FIG virou um grande Carnaval na tarde do último sábado (29) do festival, quando o cortejo do Boi da Macuca desfilou pelas ruas de Garanhuns. Até o sol saiu para que a multidão que acompanhou o bloco pulasse frevo pelas ladeiras da cidade. A Orquestra do Maestro Oséas, que faz os cortejos do bloco em Olinda e em Correntes, onde fica a Fazenda Macuca, conduziu o percurso garanhuense que partiu do Polo Coreto, no Relógio das Flores, em direção ao Polo Ariano Suassuna.
A atividade encerrou a programação de cultura popular do sábado com muita folia em homenagem a Zé da Macuca, que fundou do Boi há 34 anos e hoje dá nome a um dos palcos do FIG. O repertório do cortejo tradicionalmente conta com frevos, galopes e forrós orquestrados, como “Cabelo de Fogo”, do Maestro Levino Ferreira, “Frevo Mulher”, de Zé Ramalho, e “A Vida do Viajante”, de Luiz Gonzaga, celebrando os festejos nordestinos do litoral ao sertão. Com essa fórmula, a Macuca incendiou milhares de pessoas e conquistou o carinho de quem ainda não conhecia a agremiação.
O desfile ainda reproduziu rituais carnavalescos, como saudar os moradores da comunidade que ajudam a sedimentar a história do bloco. Em Garanhuns, o Boi prestou reverência ao comerciante Daniel Ferreira quando passou em frente à Lojinha, da qual ele é proprietário há 67 anos. “Foi boa demais essa homenagem. Eu ainda não conhecia o bloco, mas conhecia Zé da Macuca. Lembro dele batendo bola por aqui, depois passava na Lojinha”, rememorou ele, aos 85 anos de idade.
O produtor cultural Rudá Rocha, filho de Zé da Macuca que hoje dá continuidade à agremiação, comemorou a vibração do público e o reconhecimento recebido pelo 31º FIG. “Acho muito bonita a participação da Macuca no festival deste ano. Vê quanta gente tá seguindo o Boi! Misturar frevo com forró e ver, ao mesmo tempo, o festival dar o nome do meu pai a um palco permanente, quando outros dois palcos têm o nome de Dominguinhos e de Ariano Suassuna, é muito especial e dá muito orgulho do meu pai e de onde a Macuca chegou. Pra mim isto é uma coroação: festa na rua, do povo e fora dos períodos carnavalesco e junino, porque frevo não é pra tocar só no Carnaval, nem forró é pra tocar só no São João. A gente faz essa mistura o ano todinho e é sempre muito bonito”, concluiu.
Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com investimento de R$ 11,6 milhões, o FIG 2023 reforçou a valorização do artista pernambucano, que compõe os 20 polos do festival, que prossegue até o próximo dia 31. São 398 atrações culturais. Desse total, 89,70% (357) selecionados pela convocatória são pernambucanos; e 10,30% (41) são de outros estados.
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