sábado, 29 de julho de 2023

Ex-assessor de Silvério Pessoa é acusado de assédio moral e misoginia


José Edson Lucena Cisneiros é ex-secretário da Fundarpe na gestão de Silvério Pessoa


EXCLUSIVO, por Ricardo Antunes — 
A demissão no 14 de julho de José Edson Lucena Cisneiros, secretário executivo de gestão na Fundarpe, feito pelo Palácio do Campos das Princesas foi o principal motivo da demissão do ex-secretário de Cultura do Governo de Pernambuco, Silvério Pessoa. O secretário executivo foi exonerado do cargo acusado de assédio moral e misoginia contra um grupo de mulheres da Fundarpe.

Tão logo teve conhecimento do fato, a governadora Raquel Lyra ordenou a demissão de José Edson Lucena Cisneiros e isso provocou a ira do ex-secretário Silvério Pessoa que tentou reverter a situação, mas não conseguiu.

O ex-secretário, aliás, tinha sido alertado do comportamento autoritário do seu principal assessor. Como ia pouco ao trabalho e logo no início da tarde saia para dar aulas na universidade, o músico delegou tudo ao seu ex-secretário executivo e amigo de confiança, José Edson Lucena.

Essa função de secretário executivo de gestão, não existia no organograma da secretaria e foi criada apenas para abrigar o amigo de confiança de Silvério mesmo sem experiência na área.

Cargo foi “inventado” apenas para acomodar amigo de Silvério

Em uma das reuniões presenciadas por pelo menos cinco testemunhas, José Edson Lucena Cisneiros, ao ser questionado se levantou e colocou o dedo em riste no rosto de uma assessora da Fundarpe, comandada então por Renata Borga. “Quem manda aqui sou eu”, disse em tom ríspido e grosseiro.

Após a exoneração, José Edson ficou insatisfeito e com sede de vingança fez a denúncia anônima ao MPPE sobre falhas nos editais do Carnaval e do Circuito do Frio. A constatação, feita por uma fonte, bate com os prints de conversas que também foram anexadas na denúncia. Como esse grupo de Whatsapp era pequeno, obviamente, o próprio José Edson fez a denúncia.

“Estamos tranquilos por que são conversas naturais num grupo de Whatsapp e não demonstram nenhuma irregularidade”, disse uma fonte do Palácio, lembrando que a governadora assim que foi informada de toda a bagunça e acusações de assédio moral promovido de imediato tomou a decisão de exonerar José Edson Lucena.

A denúncia também não foi levada muito a sério pelo Palácio. Primeiro, porque a assinatura posterior à publicação não configura violação à lei. “Trata-se
de edital de cunho meramente convocatório, não relacionado à certame licitatório”, explicou um advogado confrontado com a denúncia.

De acordo com ele, a lei não tratou os editais dos ciclos com o mesmo rigor formal com que são tratados os editais de licitações. E segundo, que a assinatura
posterior não pode ser configurado como uma irregularidade. “Ela é ato que convalida a publicação anterior no DOE”, explicou. Ou seja, tudo não passou de um movimento político de “vingança” que, claro, será apurado pelo MPPE.

Como revelado em janeiro por esse Blog, Silvério Pessoa, não tinha a menor aptidão para o cargo, que tem também funções meramente administrativas. Elas não são do espírito de um artista acostumado a produção de música e a atividade acadêmica.

Procurado, o ex-secretário não quis se manifestar sobre se estava ciente do comportamento do principal assessor José Edson Lucena Cisneiros. Também deixamos recados no Whatsapp e no fone do ex-assessor que até agora não respondeu ao nossos contatos. Oficialmente, a Fundarpe também não se manifestou. O espaço, claro, está aberto para que todos os citados se manifestem no chamado O Outro Lado.

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