Por Edmar Lyra
Apesar de ser um partido de massas e por diversas vezes disputar o governo de Pernambuco, o Partido dos Trabalhadores nunca conseguiu ascender ao Palácio do Campo das Princesas, seu melhor momento foi em 2006 quando tinha a prefeitura do Recife e o governo federal mas não conseguiu lograr êxito com Humberto Costa num momento de quebra de ciclo da União por Pernambuco liderada por Jarbas Vasconcelos.
Naquele pleito, o PSB sagrou-se vitorioso no segundo turno com o irrestrito apoio do PT, levando Eduardo Campos ao Palácio do Campo das Princesas após um hiato de oito anos da saída de Miguel Arraes. Nas eleições de 2022 o PT novamente sonhava com o governo de Pernambuco, tinha a tempestade perfeita. A candidatura de Lula a presidente, um quadro de fragmentação da oposição e o PSB completando um ciclo de dezesseis anos. Mas em prol da unidade nacional, Humberto abdicou de disputar o governo abrindo para Danilo Cabral, que acabou derrotado na eleição vencida por Raquel Lyra.
O PT deu uma trégua de seis meses à governadora, adotando uma postura de independência, mas decidiu que a partir de agora será oposição à tucana. Esse movimento traz desdobramentos para 2024, pois aproxima a legenda de João Campos no Recife e credencia a reivindicação da vice na chapa liderada pelo PSB. Mas o principal desdobramento está em 2026, quando o PT certamente tentará encabeçar um projeto com o senador Humberto Costa. A conta petista é simples, a depender do cenário que se materializar: apoiar João Campos e herdar a prefeitura, lançar Humberto Costa ao governo ou apoiar a reeleição de Raquel Lyra. Em qualquer dos cenários o PT terá significativo protagonismo, pois é a legenda de maior representação política no país juntamente com o PL, e tem credenciais para buscar liderar um projeto para Pernambuco.
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