sexta-feira, 21 de julho de 2023

Silvério não saiu por razões pessoais e sim pelo pífio desempenho na pasta da cultura

 

Cantor entregou pedido de demissão a Raquel Lyra nesta quinta (20) e virou primeira baixa no alto escalão


Por Ricardo Antunes – centro O secretário de Cultura, Silvério Pessoa, não participa mais do governo de Raquel Lyra (PSDB). Oficialmente, ele pediu demissão, mas na verdade ele foi instado a sair. O cantor não tinha o menor perfil para o cargo e o Blog já havia antecipado as reclamações dos funcionários contra sua postura. “Ele não queria saber de nada. “Quem mandava mesmo era sua mulher”, disse um interlocutor do setor cultural pernambucano.

A informação da saída de Silvério foi divulgada, na tarde desta quinta (20), pela assessoria de comunicação do Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual.

Essa é a primeira queda envolvendo um nome do primeiro escalão da atual gestão, que acabou de completar apenas sete meses. Segundo o governo, Silvério Pessoa entregou o pedido de demissão para Raquel Lyra e alegou “razões pessoais”. Mas não foi bem assim. O desgaste em torno do músico/secretário já era enorme.

Em janeiro deste ano, logo depois da posse, houve uma denúncia por parte dos próprios funcionários da Fundarpe de que o clima no prédio da Rua da Aurora já estava ficando complicado. Servidores relatavam o incômodo por ver sua esposa, a produtora cultural Karina Hoover, despachando na sala da presidência em diversas ocasiões.

Denúncia de servidores foi publicada com exclusividade em Janeiro
Denúncia de servidores foi publicada com exclusividade em Janeiro
Além da inconveniência, havia conflito de interesses, visto que Karina é empresária e tinha contratos com a Fundarpe, assim como sua irmã, Dani Hoover, esposa do músico e publicitário Lula Queiroga.

As irmãs são sócias administradoras de duas empresas distintas, mas ambas com o nome Luni. A mais famosa pertence a Dani e Lula, e faturou mais de R$ 1,5 milhão nos últimos 10 anos dos cofres públicos, via Fundarpe e Empetur. Já a Luni tocada por Karina recebeu R$ 183 mil nos últimos cinco anos.

Nos últimos dias , o desgaste de Silvério Pessoa aumentou ainda mais. O atraso na divulgação da grade da programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) provocou reações de produtores culturais e de setores do próprio governo.

A avaliação no Palácio era de que ele teria que deixar o cargo antes do Festival de Inverno de Garanhuns, mesmo faltando poucos dias para o início do evento – um dos mais importantes e de maior visibilidade fora de Pernambuco.

A trapalhada do FIG foi apenas a gota d’água. O blog recebeu vários documentos que mostram o festival de irregularidades nas contratações feita pela secretaria. A trapalhada foi tanta que até o Ministério Público enviou diversos ofícios com questionamentos que nunca foram respondidas. Alguns editais publicados também fazem parte desses questionamentos.

É isso.

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