segunda-feira, 31 de julho de 2023

Brown comanda Baile de Carnaval fora de época com Miklos e Ave Sangria no FIG

Carlinhos Brown - Foto: Felipe Souto Maior

Como um bom baiano, fundador da Timbalada é um  dos criadores do samba-reggae e da axé music, Carlinhos Brown tem a energia esfuziante do Carnaval correndo em suas veias. Hiperativo e comunicativo, o cantor, compositor, arranjador, produtor e artista plástico (esta sua faceta menos conhecida) comandou sua folia fora de época no encerramento da noite do último sábado no Palco Mestre Dominguinhos da 31º Festival de Inverno de Garanhuns. A multidão que lotou a praça cantou, dançou, pulou, se esbaldou durante toda a apresentação, que só terminou porque há uma determinação para encerrar o show às 3h.

Carlinhos Brown trouxe um espetáculo padrão internacional. Dele não se pode esperar um show menos do que super performático. E foi o que ele fez, tirando de sua toca seus maiores hits: canções da fase mais pop solo, o som dos tambores da Bahia, fase Trabalhistas e tributo a Tim Maia e Lulu Santos. Teve até resposta à declaração de amor de um casal que lhe entregou um papel falando das bodas recentes, a quem dedicou Amor I Love You! E quando parecia que havia chegado no ápice, Brown atacou com um set que chamou de "esse é o meu Carnaval". Foi incrível!

ELAS E ELE - O clima de prévia de bloco de Carnaval de Olinda já havia começado mais cedo, com Ave Sangria e Paulo Miklos, que incendiaram a plateia com os seus sucessos. Pela quarta vez no FIG e com uma banda formada 80% por mulheres, o titã Paulo Miklos fez um show no padrão de quando está com os demais companheiros. Foram 13 canções dos Titãs, na mesma vibe, com direito ainda a um bis. De seu trabalho solo, cantou Sabotage Está Aqui, tributo ao saudoso rapper com quem contracenou no filme O Invasor (2001); e o seu novo single, É Assim que Eu Sei. A Praça Mestre Dominguinhos quase veio a baixo.

E emoção e entrega também não faltaram no show da Ave Sangria, claro! Marco Polo (voz) e Almir Oliveira (guitarra e voz) seguem firmes levando adiante o legado da banda criada há 50 anos. No FIG 2023, apresentaram-se super reforçados por Breno Lira (guitarra), Juliano Holanda (baixo), Junior Do Jarro (bateria) e Gilú Amaral (percussão) e desfilando as canções de seu primeiro álbum, homônimo, de 1974, e algumas de Vendavais (2019). Loucura total dos fãs, que ficaram pedindo mais.

Comemorando 20 anos de criação e o seu retorno aos palcos após 10 anos, Volver mostrou alguns de seus principais sucessos dessa trajetória de duas décadas, extraídos dos álbuns Canções Perdidas num Canto Qualquer (2005), Acima da Chuva (2008) e Próxima Estação (2011), além do no novo single, Volver de Novo. E a galera cantou junto e se emocionou.

O Palco do Mestre Dominguinhos também tem propiciado oportunidade para Garanhuns mostrar o valor de seus artistas, tocando para amigos e amigas e para o turista que vêm ao FIG 2023. Neste sábado, Zeh Lucas mostrou suas canções, principalmente de seu EP Paradeiro e alguns standards. E convidou Alexandre Revoredo para uma participação especial.

 Já a Jam 212 atacou com um repertório variado de hits internacionais e nacionais, de Limão com Mel e Reginaldo Rossi, passando por Ultraje a Rigor, Roberto Carlos, Victor & Leo, Bob Marley e REM, até Coldplay e Lady Gaga. "A gente é assim: eclético", explicou o vocalista Daniel Sales. Foi o primeiro baile da noite, que só poderia terminar mesmo com muito axé e a versão baiana do frevo Vassourinhas com Carlinhos Brown.

BALANÇO - Para a realização do FIG deste ano, o Governo de Pernambuco investiu R$ 14,5 milhões por meio da Fundarpe em contratações. Ao todo, o investimento chega a R$ 15 milhões, com as ações desenvolvidas pelo Conservatório Pernambucano de Música, Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e Secretaria de Comunicação.

 O festival também tem como parceiro Sebrae, que garantiu ainda mais R$ 430 mil em ações durante o festival. A cultura reinou em 23 polos espalhados pelos parques, praças e ruas da cidade. Mais de 560 contratações artísticas, das quais mais de 50% foram de música e de cultura popular, movimentaram os polos e palcos durante dez dias.

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