Público vibrou com noite multicultural do principal palco do 31º Festival de Inverno de Garanhuns
Definitivamente, a quinta noite do Palco Mestre Dominguinhos foi a mais eclética e plural do 31º Festival de Inverno de Garanhuns até aqui. Teve atração para todos os gostos e de todos os ritmos musicais, da cumbia ao pagode, passando pelo frevo, coco, ciranda e música pop, nenhum ritmo ficou de fora. A cultura reinou em todas as suas mais variadas vertentes com Revoredo, Maestro Forró e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Academia da Berlinda, Pato Fu, comemorando seus 30 anos de carreira, e Atitude 67 fazendo a alegria de um bom público que compareceu à Praça Mestre Dominguinhos.
O 31º Festival de Inverno de Garanhuns é promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que está investindo R$ 11,5 milhões em sua realização, e conta com o apoio da Prefeitura.de Garanhuns. A TV Pernambuco realiza a transmissão oficial dos shows do Palco Mestre Dominguinhos.
A noite começou com o cantor Alexandre Revoredo embalando a plateia com suas leves canções autorais. A força poética do poeta, que nasceu em Garanhuns, carrega a lírica do agreste como norte. O cantor mesclou canções de Revoredo, seu álbum de estreia, com releituras de músicas do mestre de reisado Gonzaga de Garanhuns, um dos homenageados do 31º Festival de Inverno de Garanhuns, e de Chico Buarque e Milton Nascimento.
Foi, inclusive, quando cantava Cio da Terra que Revoredo recebeu no palco vários artistas de Garanhuns para uma participação especial, cantaram com ele: Bella Kahun, Adalberto (Cantoria Crua), Nino Alves, Leo Noronha, Alef Passarinho, Rogério Diniz, Lili Diniz e Hercinho. Nessa música, Revoredo fez uma homenagem aos artistas da cidade com a letra “Afagar a terra, conhecer os artistas da terra. Cio da terra, propícia estação”. Além disso, o cantor recebeu seu filho João Revoredo para uma parceria.
FOLE ASSOPRADO - Em seguida, o Maestro Forró e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério colocaram todo o mundo pra dançar com o show Fole Assoprado, projeto onde o som do fole é reproduzido por instrumentos de sopro da Orquestra. No repertório, o Maestro prestou reverência e homenagens a Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, além de tocar ciranda e frevo.
Músicas como Deixa a tanga voar, Baião, Qui nem Jiló de Gonzagão foram sucedidas por Cabeça Feita e Chiclete com banana e O Canto da Ema de Jackson do Pandeiro. Ainda teve tempo para o frevo com Pra tirar o coco e quadrilha com Olha pro céu e Pagode Russo do mestre Gonzagão. A já mundialmente conhecida energia do maestro se fez presente com a aguardada hora onde ele rege a orquestra de cabeça pra baixo ou o inesperado momento em que ele subiu na pilastra do palco.
OLINDANCE - Quando a Academia da Berlinda começou a tocar Só de tu, a energia da plateia já estava nas alturas. Rapidamente a banda construiu o seu baile olindance com cumbias e guarachas bem ao estilo pernambucano. O público cantou junto os sucessos dos seus quatro discos. Canções como Fui Humilhado, Ela é vida, Dorival, A gringa e Lua foram acompanhadas do início ao fim pelo público do Palco Dominguinhos.
O show deu uma mostra da dimensão do status da banda, com fãs de todas as idades cantando e se emocionando com os sucessos dos galerosos de Olinda. Mulheres, crianças, adolescentes, jovens e adultos acompanharam com afinco todas as músicas do show. As músicas do Descompondo o silêncio, que equilibram leveza e calma traduzem muito bem o atual patamar atingido pelo grupo.
CELEBRAÇÃO - Comemorando 30 anos de carreira, o tempo parece não passar para o Pato Fu. Uma das principais bandas do pop rock brasileiro, o quinteto continua com o frescor e a energia de quem tá começando. No show, as baladas e os clássicos dançantes que marcaram a história do grupo, como Eu, Canção para você viver mais, Anormal, Made in Japan, Sobre o tempo e Perdendo dentes acompanharam canções de 30, seu mais novo álbum.
A parceria de Fernanda Takai (voz), John Ulhoa (guitarra) e Ricardo Koctus (baixo) vem desde o seminal ano de 1992. Já Richard Neves (teclados) e Xande Tamietti (bateria) se juntaram aos remanescentes da formação original no meio do caminho e a impressão que passa é que eles nunca estiveram tão à vontade quanto no momento atual. A parceria entre Ulhoa e Fernanda é discreta, singela e sólida com um completando o outro apenas no olhar. Quem acompanha com mais atenção, sente a sinergia no olhar.
PAGODE MODERNO - Encerrando a noite em grande estilo e estreando no palco do Fig, a banda sul-mato-grossense Atitude 67 trouxe à Garanhuns o pagode moderno de Campo Grande. Os amigos de infância, Pedrinho, Éric, Karan, GP, Leandro e Regê desenvolvem uma linguagem que mistura sertanejo, música pop, samba rock e eletrônico ao pagode ao estilo de outros grupos, como Jeito Moleque e Sorriso Maroto.
Os meninos do pantanal não se vestem como sertanejos e nem como os pagodeiros mais tradicionais, mas sim com um estilo próprio, urbano e antenado. Milhares de fãs acompanharam o show e vibraram com hits, como Cerveja de Garrafa, Saideira e Tão Linda.
Além disso, o grupo fez sucesso com versões de clássicos do pagode dos anos 90, como Tô te filmando dos Travessos, Cheia de Manias de Raça Negra e Deixa acontecer do Grupo Revelação. “Pra gente é uma honra estar em um festival tão grande e tão importante quanto esse, mais precisamente é a realização de um sonho nosso”, afirmou Pedrinho, um dos vocalistas da banda em um misto de orgulho, emoção e alegria.
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