domingo, 23 de julho de 2023

Cultura periférica demarca território no Palco Pernambuco Lo-Fi

Raiane Margot + Okado do Canal, Siba Carvalho Puri + Synesthrzk, Leibarg MC e convidados deram o recado na estreia do novo palco do FIG


Fran Silva - SecultPE/FundarpeRaiane Margot

A cultura periférica foi a mestra de cerimônia na noite de estreia do novo Palco Pernambuco Lo-Fi do 31º Festival de Inverno de Garanhuns, nesta sexta-feira (21), no Parque Euclides Dourado, com muito hip hop, brega funk, referências indígenas e eletrônicas e psicodelia.

O palco da música independente pernambucana teve como atrações Raiane Margot + Okado do Canal e Siba Carvalho Puri + Synesthrzk, atrações que dividiram espaço com vários convidados e reafirmaram a representação dos povos negro e originários e das pessoas LGBTQIAP+ e o empoderamento da mulher. A noite encerrou com Leibarg MC, de Garanhuns, que interpretou na íntegra seu mais recente álbum, Românticos São Loucos.

Proveniente do município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, a jovem Raiane Margot mostrou atitude e se garantiu muito apresentando-se com o DJ Zoe Beats, responsável por bases perfeitas que valorizam ainda mais as canções da MC, que dividiu o palco com Okado do Canal, representante do bairro do Arruda (Zona Norte da Capital).

A dupla ainda convidou Adelaide, do bairro do Vasco da Gama, também Zona Norte; e Afroh, esta de Maranguape, município de Paulista (RMR). Nas rimas abordou assuntos relacionados à mulher, como empoderamento e crítica à violência de gênero. “Somos artistas periféricos. Estar aqui é furar uma bolha”, comemorou Margot.

De ascendência da etnia puri, a olindense Siba também contou com bases poderosas da DJ Synesthrzk. Com muita reverência a sua ancestralidade, abordou caminhos da espiritualidade, luta indígena e visibilidade LGBTQIAP+ em um trabalho inspirado na música eletrônica e em experiências extrassensoriais que se despertam em cenários psicodélicos. Também se garantiu muito.

O show contou ainda com a participação da performer Monique Xavier, das artistas visuais Lua e Vin Amara – que pintaram um quadro em tempo real –, das cantoras Renna e Alefe Passarin e da intérprete de libras de Jessica Santos. “É o povo preto e o povo originário unidos”, curtiu Siba, em referência a sua antecessora.

Os intervalos no palco ficaram sob o comando do DJ Nuno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário