Por Edmar Lyra
O PT reaproximou-se da Frente Popular nas eleições de 2022, quando apoiou Danilo Cabral na disputa pelo governo de Pernambuco e lançou Teresa Leitão para o Senado Federal. Na disputa, findou-se a hegemonia do PSB em Pernambuco, mas o PT logrou êxito com as vitórias de Teresa para senadora e Lula para presidente. O pleito estadual acabou vencido por Raquel Lyra, uma ex-socialista que encontrou abrigo no PSDB desde 2016 para disputar e vencer a prefeitura de Caruaru.
Desde que Lula e Raquel assumiram, há uma dobradinha política com resultados extraordinários para Pernambuco, como a liberação de recursos federais e o destravamento de obras que estavam paradas. Na seara política, Lula sempre que pode faz questão de afagar a governadora e nos bastidores há um sentimento de possível aproximação entre o presidente e a governadora com desdobramentos eleitorais em 2026.
O PT de Pernambuco, presidido pelo deputado estadual Doriel Barros, tem discutido a possibilidade de fazer oposição a Raquel, cuja proposta precisa ser apreciada e votada pelo diretório estadual. Ocorre que Doriel tem adotado uma postura bastante light na Alepe em relação ao governo tucano e não há interesse por parte dele que a atual posição de independência caminhe para uma oposição formal ao governo de Pernambuco.
Apesar de não externarem oficialmente, os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão têm mantido uma relação de cordialidade com a governadora, havendo o sentimento de deixar portas abertas e pontes para uma eventual composição. O PT tem uma militância aguerrida, que certamente teria restrições a Raquel por ser do PSDB, mas ao que tudo indica, a cúpula do partido está longe de querer briga com a tucana, pois sabe que ela poderá ser estratégica para o projeto de reeleição de Lula em 2026.
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