Ontem, Charlie Kirk foi assassinado. A notícia ecoa não apenas como mais um episódio de violência política, mas como parte de um padrão histórico de silenciamento de vozes que incomodam. Ao pensar nesse acontecimento, é impossível não traçar um paralelo com as mortes de Malcolm X e Martin Luther King Jr.
Os três, cada um a seu modo, ergueram a voz para falar sobre temas que uma parte da sociedade não suportava ouvir. Malcolm X denunciava o racismo estrutural de forma direta e contundente, afrontando um sistema que não aceitava ser questionado. Martin Luther King Jr., mesmo pregando a não-violência, também foi alvo de ódio porque expunha as injustiças de uma sociedade incapaz de conviver com a igualdade racial. Já Charlie Kirk, em nossos dias, defendia ideias conservadoras que iam de encontro à cartilha progressista dominante em universidades e espaços públicos, tornando-se alvo de campanhas de censura e, agora, da violência letal.
O fio condutor que une esses três nomes é simples e perturbador: quando a palavra é forte demais para ser refutada com argumentos, a reação de muitos é o silêncio imposto pela força. A ala da extrema-esquerda, em especial, tem demonstrado que, quando se vê acuada por ideias contrárias às suas convicções, prefere recorrer à censura para sufocar o debate. E quando a censura não basta, o passo seguinte é a tentativa de eliminar fisicamente aqueles considerados inimigos. A história recente está repleta de exemplos: o atentado contra Bolsonaro no Brasil, o atentado contra Donald Trump nos Estados Unidos, e as tentativas contra Álvaro Uribe na Colômbia.
Esses episódios revelam algo preocupante: a incapacidade de certos setores de conviver com a divergência. Em vez de enfrentar ideias com ideias, opta-se pela intimidação, pela deslegitimação e, em casos extremos, pela violência. Foi assim com Malcolm X, com Martin Luther King Jr., e agora, tragicamente, com Charlie Kirk.
O assassinato de vozes dissonantes não é apenas a morte de um indivíduo, mas uma ferida aberta na liberdade de expressão e na própria democracia. Enquanto parte da sociedade insistir em tratar opositores como inimigos a serem eliminados, e não como adversários com quem se deve debater, permaneceremos presos a um ciclo de ódio que atravessa gerações.
Fabiano Brennand, mestre em Direito pela Universidade de Montreal. Especialista em Compliance e crimes financeiros.
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