A eleição para o Senado em Pernambuco em 2026 está cercada de expectativas, indefinições e disputas internas que movimentam os bastidores da política estadual. Até agora, a única candidatura consolidada é a do senador Humberto Costa (PT), que buscará a reeleição com o apoio incondicional do partido e, sobretudo, do presidente Lula. A grande questão que o petista terá de enfrentar é a escolha de qual palanque estadual irá se vincular: o da governadora Raquel Lyra (PSD) ou o do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Pesquisas recentes indicam que Humberto teria desempenho mais favorável se associado ao palanque de Raquel, o que torna essa decisão ainda mais estratégica.
Outro nome em evidência é o senador Fernando Dueire (MDB), que assumiu o mandato após a saída de Jarbas Vasconcelos e trabalha para viabilizar sua permanência na Casa. Dueire conta hoje com o apoio de mais de 30 prefeitos, mas enfrenta dificuldades dentro do próprio MDB. O presidente estadual da sigla, Raul Henry, defende que o partido siga coligado à Frente Popular, apoiando João Campos, enquanto Dueire busca aproximar o MDB da governadora Raquel Lyra. O embate pelo comando da legenda em Pernambuco, que envolve também Jarbas Filho e o próprio Jarbas Vasconcelos, é um dos pontos que podem definir o futuro da candidatura de Dueire, que tem a prerrogativa de mudar de partido a qualquer momento por ser senador em exercício.
Miguel Coelho (União Brasil) já anunciou sua pré-candidatura e vem conseguindo apoios de prefeitos e deputados estaduais. Seu objetivo é consolidar espaço dentro da federação União Brasil–Progressistas e se viabilizar como nome competitivo ao Senado. Miguel tem declarado preferência por integrar o palanque de João Campos, descartando outros cenários. Mesmo assim, sua candidatura pode enfrentar obstáculos caso precise dividir espaço com Eduardo da Fonte (PP), que também surge como possível postulante. Da Fonte lidera uma federação com peso expressivo em Pernambuco, com 11 deputados estaduais e cinco federais, e poderia despontar como um dos favoritos. Até o momento, no entanto, ele não confirmou publicamente interesse em disputar o Senado nem revelou qual palanque estadual sua federação apoiará.
Outro nome em observação é o do ministro Silvio Costa Filho, que comanda o Republicanos. Apesar de ter o partido sob sua liderança, a legenda vem perdendo prefeitos para outras bases políticas, o que enfraquece a possibilidade de uma indicação sólida ao Senado. Nos bastidores, há quem avalie que essa debandada pode inviabilizar a postulação de Silvinho, que hoje depende diretamente da força partidária e, sobretudo, do apoio do presidente Lula para se viabilizar como candidato competitivo em 2026.
No campo bolsonarista, o PL também enfrenta divisões internas. O ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, e o ex-ministro Gilson Machado disputam espaço dentro da legenda para tentar viabilizar uma candidatura. A falta de unidade prejudica o partido, que, dividido, terá dificuldade em garantir uma das duas vagas em disputa.
Diante desse cenário, analistas consideram que uma das cadeiras deve permanecer com Humberto Costa, em razão da força eleitoral e partidária do petista. A segunda vaga, no entanto, está aberta e promete ser palco da disputa mais acirrada da eleição de 2026. Nomes como Miguel Coelho, Eduardo da Fonte, Fernando Dueire, Silvio Costa Filho, Anderson Ferreira e Gilson Machado se movimentam em busca de alianças e apoios que podem redefinir o tabuleiro político em Pernambuco nos próximos meses.
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