terça-feira, 23 de setembro de 2025

O ativismo judicial e a conta que o Brasil começa a pagar

 

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O ativismo judicial e a conta que o Brasil começa a pagar

O Supremo Tribunal Federal e a Justiça Eleitoral atravessam uma crise de credibilidade sem precedentes. O que deveria ser o exercício da imparcialidade transformou-se em palco de disputas políticas e decisões seletivas, corroendo a confiança popular e agora gerando repercussões internacionais. O ativismo judicial, antes defendido como resposta à omissão de outros poderes, assumiu contornos de partidarismo explícito. E os resultados começam a aparecer: desgaste interno e sanções externas.

A aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras é um marco. Alexandre de Moraes já havia sido sancionado, mas as medidas foram além: sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e a entidade familiar que administra seus bens entraram na lista. Para Washington, não se trata de atos isolados, mas de uma rede de poder supostamente contaminada por abusos e violações de liberdades civis. O Brasil sofre um vexame diplomático sem precedentes, que fragiliza o discurso de que a Justiça atua em nome da democracia.

O caso da inelegibilidade de Jair Bolsonaro evidencia a politização do Judiciário. O processo foi relatado pelo ex-ministro do TSE Benedito Gonçalves, que ganhou notoriedade pela frase “missão dada é missão cumprida”. A declaração escancarou que o julgamento tinha objetivo político: retirar um adversário eleitoral do jogo. Como consequência internacional, Gonçalves teve seu visto americano cancelado, mostrando que a atuação judicial partidarizada agora gera efeitos concretos fora do Brasil.

O episódio das roupas e acessórios de luxo de Felipe Brandão, filho de Benedito Gonçalves, avaliados em mais de R$ 1 milhão sem justificativa plausível, reforça a percepção de privilégios indevidos no topo da Justiça. Enquanto a maioria da população luta para sobreviver, figuras ligadas ao Judiciário ostentam riqueza sem explicação, transmitindo a imagem de dois pesos e duas medidas.

As consequências do ativismo judicial são profundas. Internamente, o descrédito do STF cresce. Pesquisas mostram queda expressiva da confiança popular, e cidadãos enxergam um tribunal que interfere em eleições, aplica punições seletivas e age por conveniência política, não por princípios constitucionais. Externamente, o Brasil se depara com sanções, bloqueios e perda de prestígio internacional. O cancelamento do visto de Gonçalves é apenas a ponta do iceberg.

O ativismo judicial, vendido como defesa da democracia, mostra-se um veneno. Ao abandonar a neutralidade, o Judiciário perde respeito interno e sofre desmoralização externa. O Brasil paga o preço da politização de suas instituições mais importantes. Se nada mudar, as consequências serão duradouras: erosão da confiança pública, fragilização dos Poderes e isolamento do país no cenário global.

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