Por Ricardo Antunes — Após meses de enrolação, o ex-governador Paulo Câmara será o novo presidente do Banco do Nordeste (BNB). Ele tinha o aval do presidente Lula (PT), mas teve que esperar quatro meses na planície para achar seu lugar ao sol no Governo Federal.
Se a espera de Paulo terminou, outros dois lulistas de carteirinha das eleições de 2022 ainda vivem na expectativa de pegar uma “boquinha”. Derrotados na eleição para governador de Pernambuco, os ex-deputados Marília Arraes (Solidariedade) e Danilo Cabral (PSB) seguem torcendo por um gesto do líder mor dos petistas.
Danilo foi um candidato de conveniência, mas nunca gozou do apoio da militância petista por ter votado a favor do impeachment de Dilma, e estar em outras rusgas envolvendo PT e PSB.
Já Marília anda espalhando que, como teve sua filha recentemente não poderia ser indicada. É pulha. A ex-petista é vista como desagregadora pela classe política pernambucana (e até em Brasília, onde aprontou muito nesse quesito). Na disputa por uma secretaria na Mesa Diretora, por exemplo, ela impôs sua candidatura e acabou abrindo um racha dentro do seu partido na época.
Vale ressaltar que Marília e Danilo perderam a disputa para um governo estadual, assim como ocorreu com Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Este, no entanto, foi um dos primeiros ministros anunciados por Lula, e para uma pasta chave: a Fazenda, na qual pilotará a prometida reforma tributária.
Danilo já emitiu queixas ao seu próprio partido, por tê-lo abandonado após a eleição. Se confiou que seria logo lembrado e viu a nomeação de correligionários como Tadeu Alencar e Milton Coelhos, ambos derrotados na tentativa de se reelegerem como deputados federais. Ele também viu a vice de sua chapa, Luciana Santos (PCdoB), assumir o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. E ainda o ex-deputado André de Paula, candidato a senador na chapa de Marília, assumir a pasta da Pesca e Aquicultura.
Servidor de carreira do Tribunal de Contas, a exemplo de Paulo, de Milton e de outros socialistas, Danilo acha que não pode “voltar pra casinha”, da qual está fora desde antes de seu primeiro mandato de vereador, em 2004. Logicamente, do contracheque ninguém abre mão, só do serviço. Mas por hora, Lula já deixou claro que nem ele nem Marília são prioridade. Além disso, o PSB já abocanhou espaços demais no Governo Federal, e a ciumeira petista logo deve fazer vítimas no entorno da Esplanada.
É isso. Anotem, por favor.
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