Por Ricardo Antunes, em Brasília — A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), bateu o martelo e decidiu autorizar estudos para a venda da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa). A decisão foi tomada em face das dificuldades fiscais que sua equipe encontrou como herança da administração de Paulo Câmara (PSB). Ela também não escondeu sua irritação por arcar com os custos políticos do reajuste de 11,21% na conta de água, realizado nessa semana. Por falar em. reajuste nada menos do que dois já haviam sido autorizados pela Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe).
A avaliação do Palácio do Campo das Princesas é que o reajuste foi um verdadeiro “Cavalo de Tróia” da gestão anterior, que segurou o aumento para não arcar com desgaste na campanha eleitoral de Danilo Cabral (PSB). “Paulo não quis complicar a vida de Danilo Cabral e a pedreira ficou para o novo governo, que acabou sendo penalizado com o desgaste”, me contou uma fonte ilustrando a questão.
De acordo com informações apuradas pelo nosso Blog, o governo deverá convocar uma assembleia dos acionistas da empresa como primeiro passo para a privatização. “Ela tem que pensar bem, pois a empresa dá lucro e representa um ativo muito grande”, pondera um economista consultado por nossa reportagem.
Na época da campanha, a governadora já tinha essa pauta e, por diversas vezes, falou no assunto ao prometer antecipar investimentos em torno da Parceria Público Privada (PPP). Foi um tema bastante cobrado pela população e que continua atual haja visto a polêmica do aumento.
“A gente precisa de água tratada de qualidade. Só em 2020, Pernambuco registrou 5 mil casos de doenças graves, com internações, ocasionado pelo consumo de água imprópria e por falta de saneamento básico. Vamos antecipar os investimentos da PPP da Compesa, que o Governo do Estado jogou para 2037”, declarou Raquel Lyra durante a campanha ao conversar com moradores que reclamavam da empresa.
“Nós vamos concluir as adutoras e as barragens para, com isso, fazer com que o rodízio desrespeitoso e desumano que a Compesa submete hoje a nossa população seja apenas parte da história do passado. A gente precisa cuidar de gente. Foi assim que a gente fez em Caruaru, como prefeita, é assim que nós vamos fazer em Pernambuco também”, garantiu ela, na ocasião.
Ao que tudo indica, o copo d’água esborrou e a venda da empresa deve marcar o primeiro desafio de sua gestão. Não é uma operação fácil mas também não é complicada já que a empresa não trabalha no vermelho, muito pelo contrário.
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