Neurologista explica que paciente pode ter vida normal
Com o objetivo de promover uma reflexão global sobre a doença, no dia 26 de março é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, também chamado de Purple Day. Nesta data, pessoas de todas as partes do planeta são convidadas a usar a cor roxa. A Epilepsia acomete 2% da população no Brasil e afeta em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A epilepsia é uma condição em que há alteração na atividade do cérebro. “Descargas sincronizadas e súbitas aparecem no cérebro. Várias descargas ou uma só em propagação é o que levam as pessoas a convulsionar”, explica o neurocirurgião do Hospital dos Servidores (HSE), Marcelo Andrade.
De acordo com o médico, as pessoas com epilepsia podem ter uma vida normal e, que muitas não falam que são epilépticas para não sofrerem preconceitos. “Os pacientes que seguem o tratamento adequado e acompanhamento médico podem ter uma vida normal. Em alguns casos alçamos a cura completa”, pontua Andrade.
Entre as causas da Epilepsia está a anoxia neonatal, conhecida popularmente como sofrimento no parto, acontecimento que pode ser causado por inúmeras situações que colocam o bebê em risco de baixa oxigenação. Também são fatores causadores da doença a genética, pessoas que tiveram meningite; traumatismos; tumores no cérebro e até mesmo o alcoolismo. “Os primeiros sintomas podem aparecer em qualquer idade, inclusive na fase adulta”, alerta o neurocirurgião.
Os principais sintomas de epilepsia são: olhar fixo e vago, como se estivesse desligada do mundo; confusão mental; sensação de formigamento nos braços ou pernas; movimentos bruscos incontroláveis dos braços e pernas; tremores e perda da consciência na crise convulsiva generalizada.
Marcelo Andrade orienta como uma pessoa pode ajudar caso alguém próximo tenha uma crise convulsiva. “O paciente pode se debater, morder a língua, se urinar e até mesmo vir a cair e se machucar. O primeiro passo é se manter calmo, deitar a pessoa, afastar de objetos, e colocar a cabeça de lado para que não aspire a saliva ou vômito. Importante ficar ao lado até que a crise termine”, conclui.
Entre os tabus mais disseminados está que a doença é contagiosa. As convulsões duram cerca de três minutos e, normalmente, param de forma espontânea. O médico alerta que, durante uma crise, jamais devemos: colocar o dedo ou qualquer objeto na boca da pessoa; nunca segurar a pessoa, apenas ampará-la e jamais jogar nada no rosto, como água, álcool e sal.
Purple Day - O Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia foi criado no ano de 2008 por uma criança canadense que na época tinha oito anos. Cassidy Megan escolheu a cor roxa para lembrar a data por considerar que a flor de lavanda representava simbolizava o sentimento de isolamento sentido por muitas pessoas com epilepsia.
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