Por Edmar Lyra
Ao longo dos oito anos que governou o Brasil, Lula construiu uma sólida relação com os pernambucanos, estabelecendo uma prioridade dos investimentos para o estado, como a vinda da refinaria, do estaleiro, da Hemobrás e da fábrica da Jeep que tiveram seu início durante o período de 2003 e 2010 em que ele foi presidente.
Numa dura eleição presidencial em que a diferença de votos sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ínfima, o papel do Nordeste foi fundamental para que Lula voltasse a governar o país pela terceira vez, pois foi a única região em que ele sagrou-se vitorioso, cuja vantagem foi suficiente para desbancar a desvantagem nas outras quatro regiões.
A vinda de Lula acontece num cenário diferente do período em que ele foi presidente junto com Eduardo Campos, ele encontra no comando do Palácio do Campo das Princesas a governadora Raquel Lyra, que apesar de ter iniciado sua trajetória na centro-esquerda, desde 2016 que integra os quadros do PSDB, historicamente um partido adversário de Lula e do PT. Apesar de estarem em campos opostos, a governadora convidou o presidente para um almoço no Palácio do Campo das Princesas, ato que acontecerá antes do evento no Geraldão.
Além da agenda institucional, onde o presidente lançará o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e anunciará liberação de recursos para contenção de encostas, há um forte componente político na sua vinda, pois o PSB comanda a capital com João Campos que segue sendo o principal expoente da Frente Popular, e reforçará os laços com o presidente e com o PT já pensando em 2024, quando tentará a reeleição.
Há uma forte expectativa para o evento que acontecerá no Geraldão, que deve reunir muitos populares na primeira visita do presidente Lula ao estado neste terceiro mandato. Essa relação de Lula com Pernambuco que sempre foi explorada pelos seus aliados no estado deverá ganhar novos capítulos a partir da visita presidencial desta quarta-feira.
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