terça-feira, 20 de setembro de 2022

PT começa de desembarque da campanha de Danilo Cabral


Do Blogue do Magno Martins



A relação entre o PT e o PSB azedou de vez no último fim de semana. A aliança cartorial entre os partidos montada em Pernambuco, de saída, já mostrou que seria complicada. Os socialistas apostavam na força de Lula para alavancar o nome de Danilo Cabral, mas a estratégia não colou. Diante do cenário, os petistas Humberto Costa e especialmente Teresa Leitão passaram a ser cobrados para que tivessem participações mais incisivas, em especial, sobre a candidata do Solidariedade, Marília Arraes.

Diante da pressão e após mais uma pesquisa de intenção de votos distanciando Danilo Cabral do segundo turno, Teresa Leitão subiu o tom contra a neta do ex-governador Miguel Arraes. “Quem viveu a campanha de Marília para prefeita, como eu vivi por dentro da campanha, sabe que ela é governadora será um retrocesso”, afirmou na inauguração do comitê de Lula, no último dia 6.

A frase foi comemorada, pinçada e espalhada pela comunicação da campanha de Danilo Cabral. Contudo, a declaração foi questionada pela direção nacional do PT, que achou que a candidata ao Senado exagerou na dose. Isso porque Lula, apesar da tentativa de levar a eleição no primeiro turno, se não obtiver êxito, precisará de palanques no maior número de estados possíveis.

Outro episódio do azedume aconteceu em São Paulo. O prefeito do Recife, João Campos (PSB) tentou convencer Lula a vir mais uma vez a Pernambuco, ainda no primeiro turno. No entanto, o candidato a presidência desconversou lembrando o festival de vaias à Danilo Cabral em sua última passagem. Um dirigente petista chegou a brincar com a situação. “O possível Lula faz. Mas tem coisas que nem o Lula pode fazer”, disse em referência à uma frase antológica de Miguel Arraes.

Além disso, Humberto Costa, que chegou a soltar que Lula viria ao Estado ontem, foi orientado a calar sobre o assunto. Para tentar aliviar a pressão entre os partidos, o PT estadual aplicou mais uma leva de expulsões de filiados e dirigentes que declararam apoio a outras candidaturas.

Mas tudo voltou a desmoronar no último fim de semana. Paulo Câmara convocou Humberto Costa e Teresa Leitão para conversas reservadas no Palácio do Campo das Princesas, cobrando de cada um mais empenho na reta final da eleição. Do senador petista ouviu um monte de desculpas esfarrapadas. Na outra reunião, a candidata afirmou que já tinha dado o que podia. Pessoas próximas a Teresa orientaram ela a descolar de Danilo Cabral, a fim de evitar o “efeito âncora” em sua campanha e teriam escutado dela que “iria com o PSB até o final”.

Mas um núcleo de petistas, com cargos no Governo e dispostos a desembarcar, fizeram uma reunião na manhã desta segunda-feira (19) para discutir uma debandada coletiva ainda no primeiro turno. A avaliação é que o gesto, já agora, poderia corroborar na permanência dos cargos a partir do próximo ano.

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