Por Edmar Lyra
A oposição que apoiou Armando Monteiro na disputa pelo governo de Pernambuco em 2018, que ficou com 35,99% dos votos válidos, decidiu se fragmentar em três candidaturas: os ex-prefeitos Anderson Ferreira, Miguel Coelho e Raquel Lyra. O cenário parecia inteligente para enfrentar o candidato da Frente Popular, uma vez que praticamente garantia a realização de um segundo turno, uma vez que haveria três ilhas de resistência na oposição com Miguel no sertão, Raquel no agreste e Anderson na metropolitana.
Porém, veio a decisão da deputada federal Marília Arraes, incentivada pelos próprios integrantes da oposição, de deixar o Partido dos Trabalhadores. Tanto Miguel quanto Raquel sonhavam acordados com a possibilidade de Marília disputar o Senado em suas respectivas chapas, fato que não aconteceu, Marília realmente deixou o PT, mas decidiu disputar o governo de Pernambuco e mudou completamente o cenário da disputa.
A oposição, diante do novo quadro, em vez de se unir, ou afunilar para duas candidaturas, preferiu manter os três projetos, a estratégia certamente atrapalhou o crescimento de Danilo Cabral, mas também atrapalhou a própria oposição, que já poderia ter um nome com cadeira cativa na segunda etapa e ainda não tem.
Era evidente que com duas candidaturas na centro-esquerda, o segundo turno estaria garantido e as chances de um nome da oposição estar na segunda etapa eram elevadas, mais do que isso, Marília e Danilo, por razões óbvias, não se uniriam, o que daria a oposição se não a segurança de uma vitória, mas chances extraordinárias de lograr êxito numa segunda etapa. Nesta reta final, a oposição não tem a segurança de um nome no segundo turno e pode ver a reedição de 2020, quando Marília Arraes e João Campos disputaram o segundo turno porque o grupo oposicionista naquele pleito fragmentou-se demais.
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