Por Edmar Lyra
A disputa presidencial foi a mais acirrada desde a redemocratização, onde o presidente Lula enfrentou e derrotou um adversário com forte apelo popular, o país ficou praticamente divido ao meio e isso traria um desafio significativo a quem quer que fosse o vitorioso.
O presidente montou um governo plural, atraindo diversas matizes ideológicas, a exemplo de quadros do MDB, do PSD e do União Brasil, que nem sempre marcharam com o Partido dos Trabalhadores e na eleição não apoiaram desde o início a eleição do presidente.
Apesar da vitória de Lula, a governabilidade passa pela construção de pontes com os divergentes para mitigar resistências de setores da sociedade a mais um governo do Partido dos Trabalhadores. E nada mais importante para a construção de pontes ter alguém com a experiência, o trânsito e o diálogo do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que assumiu uma área estratégica para o governo e que ao longo dos últimos quatro anos ganhou forte protagonismo no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Múcio teve papel determinante para a permanência de Lula no cargo na época do mensalão, quando o então presidente estava fragilizado politicamente na relação com os demais poderes, coube ao pernambucano a incumbência de melhorar a relação do governo com o Congresso Nacional na liderança do governo na Câmara dos Deputados, e sua passagem foi tão exitosa que Lula e Múcio construíram uma relação fraternal, de mútuo respeito, culminando na sua ida para o ministério das Relações Institucionais e depois para o Tribunal de Contas da União.
Agora ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que teve brilhante passagem pelo TCU e havia se dedicado à iniciativa privada, agrega valor ao governo Lula e tem tudo para contribuir com o governo nesta fase transitória em que precisa arrefecer os ânimos e buscar diálogo com todos os setores da sociedade. A sua escolha foi de longe uma das mais acertadas do presidente, que tem na sua capacidade de diálogo um trunfo para ajudá-lo nos momentos mais difíceis que o governo vier a enfrentar, como aconteceu nos seus governos anteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário