Por André Beltrão — Mais uma parente da deputada Marília Arraes (Solidariedade) inicia o ano longe do poder que a família se acostumou a se beneficiar. Trata-se da madrasta, Carla Arraes, que durante a campanha eleitoral deixou o cargo de administradora do Palácio do Campo das Princesas. Carla é casada com Marcos Arraes, pai de Marília e filho do ex-governador Miguel Arraes.
Ela também é irmão do jornalista Carlos Percol, que faleceu no acidente aéreo que vitimou o ex-governador e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, em 2014. Eduardo, aliás, é primo legítimo de Marília e sobrinho de Marcos Arraes.
A candidatura derrotada de Marília Arraes produziu diversos efeitos na família. Já noticiamos que seu pai recentemente deixou a Secretaria de Imprensa da Prefeitura de Goiana, cargo que aliás ocupava sem ter formação como jornalista. O irmão, Arthur Arraes de Alencar, também foi exonerado no “decretaço” da governadora Raquel Lyra (PSDB) e deixou a boquinha na Administração do Arquipélago de Fernando de Noronha. Este, porém, não aceita o termo “desempregado”, e se diz “empresário” nas redes sociais. Devemos respeitar, é claro, o direito de não aceitar a realidade, que também é uma forma de se encarar o mundo.
O tio de Marília, Maurício Arraes, também foi atingido pelo “decretaço”. Ele perdeu um cargo de R$ 6,5 mil na Assessoria Especial do Governador, que ocupou na gestão de Paulo Câmara (PSB). Já o primo Antônio Campos, o Tonca, irmão de Eduardo Campos, foi exonerado pelo presidente Lula do comando da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Ele ainda tenta voltar, mas enfrenta uma dura queda de braço, já que a senadora Teresa Leitão (PT) entrou no páreo.
A rigor, a única empregada da família ficou sendo a irmã de Marília, Maria Arraes, que se elegeu deputada federal em outubro, também pelo Solidariedade. No linguajar político, ela “herdou” o mandato da irmã, que se candidatou ao governo e foi derrotada de forma acachapante no segundo turno. A votação da própria Maria foi aquém do esperado e contrariou projeções e não conseguiu impulsionar a chapa proporcional. Já Marília encerrará o atual mandato no dia 1° de fevereiro, ficando na “planície” do mundo político por pelo menos dois anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário