Como é normal, toda campanha para o Governo de Pernambuco mexe no cenário político do estado. Reeleito com uma frente ampla de partidos no ano de 2010, Eduardo Campos viu Armando Monteiro organizar junto com o PT uma oposição ao seu governo e disputar o comando do executivo estadual. A trágica morte de Eduardo mudou ainda mais os rumos políticos e tivemos uma vitória política esmagadora do PSB no ano de 2014. Em 2018, com a reeleição de Paulo que derrotou Armando pela segunda vez, tivemos um novo cenário político que exigiu uma renovação dos quadros.
Todos captaram a informação do eleitor e inclusive o próprio Armando que mesmo tendo seu nome sondado para concorrer ao Senado, optou por não participar do pleito. De fato, 2022 foi uma eleição atípica. E de lá pra cá, tivemos várias mudanças e também o levantamento de algumas possibilidades. Uma delas foi assunto de nossa coluna de ontem é a ex-deputada federal Marília Arraes disputando a Prefeitura de Olinda. O segundo cenário possível, é termos Miguel Coelho fazendo campanha para João Campos ser reeleito prefeito do Recife. Isso deixaria já de cara os Coelhos em um palanque e Mendonça Filho em outro. Os dois se uniram na disputa pelo Governo de Pernambuco em 2022 quando Mendonça apoiou Miguel Coelho.
O fato de Miguel apoiar a reeleição de João Campos não é sinal (ainda) de apoio ao PSB na eleição de 2026, até porque o próprio Miguel pode disputar novamente o governo. Mas já é um passo. Caso João Campos seja reeleito, ele torna-se o candidato automático do PSB ao Governo dois anos depois, mas e se por acaso a governadora Raquel Lyra estiver com um governo aprovado pelos pernambucanos e com uma reeleição praticamente definida? Seria um cenário a se pensar ao próprio João Campos se valeria a pena renunciar a Prefeitura do Recife para concorrer ou se não seria melhor seguir o caminho trilhado por ACM Neto em Salvador que terminou os seus 8 anos de mandato, elegeu o sucessor e só aí se candidatou ao governo se atrapalhando totalmente durante a campanha que parecia vitoriosa.
Uma coisa é certa até o momento e o tempo está demonstrando: hoje em Pernambuco existem duas forças políticas antagônicas: de um lado, o PSDB da governadora Raquel Lyra e do outro lado o PSB do prefeito João Campos. Não está sendo detectado nenhum espaço para uma terceira via.
Sem espaço - Não há como imaginar no momento um projeto político em nível de governo do estado com Miguel Coelho. Com um cenário cada vez mais caminhando para uma polarização entre Raquel Lyra e João Campos onde quem não está com um, caminha com o outro, fica difícil até mesmo a montagem de uma terceira via seja com Miguel ou com Anderson Ferreira.
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