Por Ricardo Antunes – De volta ao cargo após um período de licença com a família, a governadora Raquel Lyra (PSDB) retomou as atividades de olho na parte política. Completando dois meses à frente do Executivo estadual, ela deve usar o mês de março para agilizar negociações e resolver pendências com aliados políticos. Na pauta, as nomeações para o segundo escalão – e até para o primeiro, já que nem todos os cargos das próprias secretárias foram preenchidos.
O período de tensão, natural para um governo de ruptura que está em seu começo, incomodou e gerou alguns desconfortos. Por outro lado, diz a filosofia política de Maquiavel que as “maldades” se fazem logo de uma vez e as “bondades” aos poucos, em doses homeopáticas mas significativas. Assim, passada a tempestade, a hora da bonança aliviará o clima, assim esperam os governistas.
Esse chá de camomila que muitos tiveram que tomar foi já o recado: a banda que toca não é a dos 16 anos de PSB. No entanto, não se deve esticar a corda mais que o necessário. A máquina vai rodar, estará azeitada e moendo para chegar a 2024 e beneficiar os aliados. E mais ainda, em 2026, precisa estar tinindo para a reeleição.
Raquel sabe que seus adversários nas urnas hibernam e estão sem fôlego para bancar quatro anos de oposição ferrenha. Danilo e Marília sequer foram lembrados no Governo Lula, enquanto Anderson e Miguel foram colocados estrategicamente de lado, podendo ser lembrados em caso de um grande pepino a descascar. O único que viria forte para 2026 seria João Campos (PSB), caso seja reeleito. Embora favorito, não terá uma das máquinas da qual se beneficiou em 2020. Quão antes encontre o caminho natural da gestão, a governadora poderá pavimentar o sonhado caminho dos oito anos com tranquilidade.
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