quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Autonomia do Banco Central evita interferências políticas na economia

 

Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Por Edmar Lyra

Na campanha presidencial de 2014, o então candidato Eduardo Campos defendia a independência do Banco Central como plataforma de campanha. A ideia do socialista era garantir uma maior liberdade para que o Comitê de Política Monetária juntamente como o presidente do Banco Central nas decisões tomadas sobre o rumo da economia do país.

A medida acabou sendo aprovada somente no governo Jair Bolsonaro, e foi muito bem recebida pelo mercado nacional e internacional, garantindo assim uma maior segurança para os investimentos no país. A taxa básica de juros vem a alguns meses em 13,75% após várias reuniões do Copom, isso se deu para frear a inflação que vinha crescendo graças aos efeitos macroeconômicos da pandemia.

O presidente Lula fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobretudo por conta da elevada taxa de juros, mas essa medida não é uma vontade da autoridade monetária, e sim uma necessidade para frear efeitos ainda mais nefastos para a economia do país. Mexer nos juros na marra não é uma decisão saudável e pode ter o efeito oposto ao desejado, causando mais inflação e recessão.

O Congresso Nacional já emitiu um sinal ao Palácio do Planalto que não endossará nenhuma mudança abrupta na decisão que foi tomada pelo próprio Congresso ao permitir a autonomia do Banco Central, porque sabe que Campos Neto vem atuando de forma serena para sustentar a Selic por vários meses, mesmo em meio às intempéries do processo eleitoral, e deveria trilhar um caminho de redução ao longo de 2023, mas para isso o país precisa de previsibilidade e tranquilidade na condução política e econômica nos próximos meses, e não tentar virar a mesa de uma decisão que foi extremamente acertada pelo governo anterior.

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