De O Globo – O cantor e compositor Erasmo Carlos faleceu nesta terça-feira (22), aos 81 anos. Ele estava internado desde ontem no Hospital Barra D’or, na Barra da Tijuca, no Rio, quando chegou a ser intubado. No início do mês, o artista comemorou a alta após duas semanas de internação no mesmo hospital para realizar exames e tratar uma síndrome edemigênica.
Em junho de 2021, logo após comemorar 80 anos, Erasmo falou ao GLOBO sobre sua vida, carreira e a luta contra um câncer no fígado.
— Tem sempre um negocinho que chega e depois vai embora… nessa idade o corpo cobra os exageros cometidos durante a vida e você tem que pagar. E, como sou honesto, estou em dia com os pagamentos — disse Erasmo à época. — Bicho, conseguimos chegar aos 80, somos uma geração de sobreviventes! Essa geração passou por muitas armadilhas, por muito problema, muito pantanal, muita areia movediça… Pelas drogas, pelas guerras… E conseguiu sobreviver com dignidade. Conseguiu sair de cabeça erguida das situações.
Na conversa, Erasmo revelou não ser uma pessoa saudosista, que perde o tempo querendo a volta dos velhos tempos.
— Lembro dos bons momentos, mas não que eu queira que eles voltem, não sou saudosista, de chorar por causa da Jovem Guarda que era tão bonita… As músicas é que me fazem chorar, as harmonias e melodias me comovem muito, tomam conta de mim. A música, o orgasmo e Deus são as três melhores coisas da vida.
O artista também falou sobre seu processo de desconstrução e evolução, buscando deixar para trás coisas de seu passado.
— (Do início da carreira para cá) o homem se desconstruiu, mas muito pouco… E só os homens mais informados. O que a minha geração conhecia era o patriarcado. Acho que me libertei de muitas coisas, mas sobraram algumas que, com o tempo, pretendo mudar. Quando eu tiver 150 anos vou estar melhor.
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