Só ao longo desta semana Lula inicia a montagem do seu terceiro governo. Como primeira pessoa na História do Brasil a ser eleito pela terceira vez, o pernambucano de Caetés tem experiência suficiente para escolher sua equipe. Pelo que apurei, até ontem Lula não havia feito convite efetivo a ninguém.
Ele sonda nomes, testa com poucos interlocutores, mas não tem ainda um único ministro formalmente escolhido. Os mais firmes são Izolda Cela para a Educação (até agora a que tem maior segurança), Fernando Haddad, para a Fazenda (a pessoa da maior confiança do presidente), Rui Costa, para a Casa Civil (também pode ir para a presidência da Petrobras), Marina Silva para o Meio Ambiente e Flávio Dino na Justiça.
Nomes com presença no Ministério, mas ainda sem segurança de pasta, são, pela ordem, Simone Tebet (possivelmente no Desenvolvimento Social), Gleisi Hoffmann (especula-se que na Secretaria Geral da Presidência) e Guilherme Boulos (especula-se Cidades). Outros cogitados ainda sem presença garantida: Márcio França, Sônia Guajajara, Eliziane Gama e Jáder Barbalho Filho.
Espera-se que os seguintes partidos indiquem oficialmente nomes: União Brasil (2), PSD (2), MDB (2) e PDT (1). Já outros partidos não indicarão nomes, mas devem ter parte da bancada apoiando o governo, a exemplo do PSDB, Republicanos, PP e até o PL. Na verdade, o governo de Lula será de verdadeira união nacional.
Ele deve montar uma base parlamentar sólida, tanto na Câmara como no Senado. Só ficarão fora do Governo Lula quem ficar alinhado com a extrema direita do bolsonarismo ou com a extrema esquerda. Ou seja, Lula deverá incluir em sua equipe a esquerda, o centro e a direita. Não haverá qualquer tipo de filtro ideológico nesse novo governo. O que se buscará é unir todos aqueles engajados com a restauração democrática e comprometidos com políticas sociais e econômicas inclusivas.
Maioria petista – A equipe de transição que prepara o terreno para o novo governo é formada majoritariamente por homens, brancos, paulistas e filiados ao PT. Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo, aproximadamente 1/3 pertence ao partido, indicando que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode descumprir a promessa de fazer um governo de centro. O PT fica bem à frente do PSB do futuro vice Geraldo Alckmin, que tem 15 representantes no gabinete instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Número de Ministérios – Alckmin chegou a dizer que o número de ministérios sob Lula será “muito próximo” de 31. É exatamente sobre isso o segundo documento a ser entregue pela equipe de transição: cada grupo temático fará uma proposta de redesenho de sua área. As sugestões serão condensadas pela equipe de Mercadante numa Medida Provisória, a ser publicada no primeiro dia útil de 2023, no Diário Oficial, com a nova estrutura do governo. O requisito é que não haja criação de novos cargos ou aumento de despesa.
O bruxo Alexandre – Uma das pessoas em que Lula mais confia sobre temas de Justiça vem avisando à cúpula do PT sobre o futuro da relação do partido com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A avaliação é que ele possa, um dia, “virar-se” contra o PT, e que a relação, agora boa, saia de controle. O alerta veio acompanhado do conselho de que o partido precisa se preparar para esse cenário.
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