Por Edmar Lyra
Nas eleições de 2014 a então presidente Dilma Rousseff foi reeleita com uma diferença pequena de votos num segundo turno contra Aécio Neves (PSDB), o partido do segundo colocado decidiu pedir recontagem dos votos e criou o alicerce para uma crise que culminaria no impeachment de Dilma em 2016. Desde então, o país vive numa crise política sem precedentes que manteve sua divisão e sem perspectiva de pacificação. O governo Jair Bolsonaro, eleito em 2018, também passou por uma contestação de resultados nas urnas por parte do PT que ajuizou uma ação de cassação de registro de candidatura por supostos disparos ilegais na campanha eleitoral.
Nas eleições de 2022, após o presidente Jair Bolsonaro defender o voto impresso auditável e não ter sua manifestação aceita pelo TSE, as urnas apontaram uma derrota do atual ocupante do Palácio do Planalto para o ex-presidente Lula por uma diferença ainda menor do que a obtida por Dilma sobre Aécio. O PL, partido de Bolsonaro, após fazer uma auditoria e identificar que os votos em urnas de antes de 2020 podem não ser auditados, apresentou uma ação que pede providências sobre tais votos, o que ensejaria na anulação dos votos nas urnas anteriores a 2020. Com essa contabilidade, Bolsonaro seria reeleito com 51% dos votos válidos.
A ação não deverá prosperar a ponto de reverter o resultado das urnas, mas tem o poder de colocar em dúvidas o processo eleitoral e alimentar ainda mais a crise política que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos, o que deverá deixar um ambiente ainda mais conturbado para o futuro governo Lula que se inicia em janeiro.
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