*Por Fernando Castilho — O ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional apresentou nesta terça-feira à governadora Raquel Lyra, uma proposta de conclusão das obras da ferrovia Transnordestina que prevê a entrada do governo federal como avalistas de um novo financiamento ao grupo da Companhia Siderugica Nacional controlador da concessão da ferrovia no valor de R$ 7 bilhões desde que os estados que serão beneficiados com a obra concordem tratar o formato como uma reivindicação do Consórcio Nordeste
Para o ministro, Waldez Góes essa seria uma forma de finalizar a obra ainda no governo Lula que a começou em 2008. O ministério seria o articulador para que a Sudene, ou Banco do Nordeste e ate o BNDES atuem na concessão desse credito ao grupo que tem a concessão através da empresa TLSA.
O projeto seria muito interessante se previsse uma ação. Que as obras se direcionem do município de Misão Velha no Piaui onde a ferrovia começa e seguissem em direção ao porto de Pecém, no Ceará fazendo a curva em Salgueiro em Pernambuco.
A proposta foi apresentada sem que o ministro da qual a ferrovia está agora subornida, Renan Calheiros Filho estivesse a par das negociações o que surpreendeu a governadora de Pernambuco que não o encontrou na reunia com Waldez Góes e os governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Feitas (Ceará) também participaram da agenda.
A governadora não recusou de imediato a proposta, mas pediu um tempo para analisar embora tenha ficado surpresa com a articulação doo ministro e dos governadores que fecharam com a sugestão.
A proposta de Waldez Góes não interessa a Pernambuco que obteve do grupo Bemisa controlador da mina de minério de ferro no município de Curral Novo, no Piauí a proposta de construir o ramal que vai para o Porto de Suape, usando o direito de passagem pelo trecho da Transnordestina a partir de Salgueiro e que já tem obras finalizadas.
Essa proposta costurada no Governo Paulo Câmara ficou mais forte quando em 2022 a própria Ttransnordestina abriu mão da construção e concessão trecho em direção à Suape que passou a ser identificado pelo Governo de Pernambuco como Ferrovia Transertaneja.
O investimento estimado é de R$ 5 bilhões para a conclusão do trecho que foi iniciado pela Trasnordestina S.A. e que chegou até Salgueiro. Com essa solução a exploração da mina de minério da Bemisa optaria para embarcar seus produto para clientes a partir de Suape, inclusive a propria CSN.
No encontro a governadora defendeu que a obra da ferrovia Transnordestina seja executada e concluída dentro do contrato de concessão. No encontro, pleiteou que o Ramal Suape-Salgueiro volte a integrar o projeto da ferrovia e que os investimentos a serem feitos contemplem todos os trechos envolvidos.
Raquel Lyra afirmou que Transnordestina é uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento econômico da região Nordeste. Ela vai integrar o Nordeste aos quatro cantos do Brasil, potencializando a produção e a competitividade dos nossos portos.
E lembrou que defendeu a tese na reunião do Consórcio Nordeste e levei a Transnordestina como projeto prioritário para Pernambuco no encontro que os governadores tiveram com o presidente Lula.
O que aparentemente a governadora não sabia é que a proposta já fazia parte de uma articulação que exlui o ramaçl de Saupe e que com a opção via Pécem inviabiliza a chega a Suape sendo Pernambuco apenas um estado de passagem do minério de ferro para Suape.
O modelo que é defendido pelos ex-governadores e atuais ministros Wellington Dias e Camilo Santana naturalmente tem o apoio dos atuais chefes dos executivos Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Feitas (Ceará).
A proposta de Pernambuco junto com a Bemisa tem foco na exploração da minas sem a dependência do uso da ferrovia Transnordsetina que sem a opção de Suape passaria a ser a única opção de exportação do minério fragilizando a negociação da Bemisa com a CSN.
Raquel Lyra insistiu que sua preocupação e para que o projeto por inteiro seja garantido, mesmo que ele seja inicialmente conduzido pela parte que já está pactuada. Mas temos o compromisso de atender Pernambuco.
Pessoas que tiveram acesso ao encontro informaram que a governadora sentiu-se desconfortável com a ausência do ministro, Renan Filho cuja pasta cuida de estradas e ferrovias embora estivessem assessores presentes. O qe aparentemente se constatou não estava informado do encontro e estava noutra agenda.
A governadora só soube a razão da ausência de Renan Filho na reunião da ferrovia quando foi recebida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, para uma reunião de trabalho que tratou sobre estradas e o desenvolvimento de Pernambuco.
O modelo proposto pelo ministro Waldez Góes não interessa a Pernambuco por fazer o estado Perder um investimento já negociado por mais de um ano no Governo Paulo Câmara, inclusive com anuência do então ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas que articulou a desistência da TSLA do trecho Salguero Pernambuco. E a consequente utilização do trecho já construído da Transnordestina embora o projeto permita a construção do trecho para Curral novo em paralelo, o que não é recomendando do ponto de vista do negócio.
O interesse da Bemisa por Pernambuco é que usando parte da Transnordestina e construindo a Transertaneja a mineradora não ficaria dependente da ferrovia em termos de negociação dos custo do frete.
Pernambuco ja aprovou uma lei que autoriza a ferrovia e se propoe a conceder incentivos fiscias para o empreendimento que irrigaria todo o trecho por ende ela passa.
Segundo o MIDR, o projeto da Transnordestina está orçado em R$ 14,9 bilhões. A extensão da obra no trecho de Pernambuco é de 206 quilômetros. A obra por completo tem 1.753 quilômetros de extensão em linha principal.
A ferrovia passa por 81 municípios, partindo de Eliseu Martins, no Piauí, em direção aos portos do Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Quando concluída, a Transnordestina terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano e irá promover a integração nacional e incentivar a produção local, sobretudo de minério e grãos, gerando dinamismo na economia do Nordeste.
__________________________________________
*Fernando Castilho é jornalista e colunista do JC Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário